Era um envelope de sementes de rabanete.
No rótulo estava escrito: “plante 3 sementes em cada buraco. Depois que brotar as três mudas, retire as menores e deixe só a maior.”
Plantei.
Esperei.
Brotou.
Fui lá e arranquei as menores.
Doeu.
Como assim você planta uma semente e depois que brota você arranca e joga fora?
Deduzi que fosse algo como uma seleção artificial, para cultivar só os maiores rabanetes.
Mas é chato.
É um ser vivo que ainda não cumpriu a sua missão.
A gente cria apego pela plantinha que vê crescer.
Erva que não serve pra nada eu arranco sem pensar.
Mas um filhotinho que a gente regou e esperou nascer é diferente.
“Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante”, disse a raposa ao Pequeno Príncipe.
Coloquei as mudinhas arrancadas numa parte vazia do canteiro, deitadas.
Assim pelo menos servem de adubo.
Ainda incorformado com a instrução estúpida do rótulo, fui reler.
“Plante 3 sementes em cada buraco.
Depois que brotar as três mudas, retire as menores e deixe só a maior.
Replante as mudas menores em outro canteiro.“
Epa…
Não tinha prestado atenção na última frase.
Mania de ler correndo, ansiedade de botar a mão na massa logo.
Ou a mão na terra, no caso.
Fica a dica para eu prestar mais atenção naquilo que leio e ouço.
Um desafio.
Preciso exercitar isso.
Talvez com meditação ou mesmo com mais leitura.
Enfim.
No fim das contas, esse episódio acabou sendo produtivo.
Rendeu três coisas:
Uma lição de vida, uma história pra contar e o triplo de rabanetes na mesa.
…
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Caetano Cury